Capitulo 7-Melodia
Eu tive que esperar quando consegui voltar à escola. O último período ainda não havia acabado. Isso foi bom, porque eu tinha coisas que precisava pensar sozinho. O seu aroma ficou no carro. Eu deixei a janela aberta, deixando-o me atacar, tentando me acostumar com a intensa sensação de queimação na minha garganta. Atração. Foi uma coisa problemática de contemplar. Tantos aspectos, tantos significados e níveis. Não é a mesma coisa que amor, mas muito próximo inexplicavelmente. Eu não tinha nenhuma idéia se Bella se sentia atraída por mim. (Será que o seu silêncio mental se tornaria mais e mais frustrante até eu ficar louco? Ou teria algum limite ao qual eu eventualmente chegaria?) Eu tentei comparar as suas respostas físicas a outras, como as da secretária e Jessica Stanley, mas as comparações foram inconclusivas. Os mesmos sinais - alterações de freqüência cardíaca e padrão respiratório - podia facilmente ser medo ou choque ou ansiedade assim como interesse. Parecia improvável que a Bella tivesse os mesmos tipos de pensamentos que Jessica Stanley costumava ter. E além do mais, Bella sabia que tinha alguma coisa de errado comigo, mesmo não sabendo exatamente o que era. Ela tinha tocado a minha pele gelada, e então tinha puxado a sua mão rapidamente do frio. E ainda… enquanto eu me lembrava daquelas fantasias que costumavam me causar repulsa, mas me lembrava delas com Bella no lugar de Jessica… Eu estava respirando mais rápido, o fogo subindo e descendo pela minha garganta. E se fosse Bella imaginando meus braços ao redor de seu corpo frágil? Sentindo-me puxá-la mais perto contra o meu peito e então levando a minha mão ao seu queixo? Passando a mão por seu cabelo até afastá-lo de sua face corada? Traçando a forma de seus lábios cheios com a ponta de meus dedos? Inclinando meu rosto para mais perto do dela, onde eu pudesse sentir a sua respiração na minha boca? Me movendo para mais perto… Mas então eu retrocedi do sonho, sabendo, como eu bem sabia quando Jessica imaginava aquelas coisas, o que aconteceria se eu chegasse mais perto dela. Atração era um dilema impossível, porque eu já estava atraído demais por Bella da pior maneira. Eu queria que Bella estivesse atraída por mim, como uma mulher por um homem? Essa era a pergunta errada. A pergunta certa era se eu DEVIA querer que Bella se sentisse atraída por mim dessa maneira, e a resposta era não. Porque eu não era um homem humano, e isso não seria justo para ela. Com cada fibra do meu ser, eu desejava ser um homem normal, para então poder tê-la em meus braços sem arriscar a sua vida. Então eu seria livre para realizar minhas próprias fantasias, fantasias que não acabavam com sangue em minhas mãos, o seu sangue incandescente em meus olhos. A minha busca por ela era indesculpável. Que tipo de relacionamento eu poderia oferecer a ela, quando eu não podia me arriscar a tocá-la? Eu encostei minha cabeça entre minhas mãos. Isso tudo era ainda mais confuso porque eu nunca havia me sentido tão humano em toda a minha vida - nem se quer quando eu ERA humano, até onde eu podia me lembrar. Quando eu era humano, meus pensamentos estavam voltados em me tornar um glorioso soldado. A Grande Guerra havia se intensificado durante a maior parte de minha adolescência, faltavam apenas nove meses para o meu aniversário de 18 anos quando a gripe espanhola me atingiu… Eu apenas tinha vagas impressões dos anos humanos, memórias obscuras que se apagavam a cada década que se passava. Eu me lembrava mais claramente de minha mãe, e sentia uma dor antiga quando eu pensava em seu rosto. Eu me lembrava vagamente o quanto ela havia odiado o futuro que eu havia escolhido seguir, rezando toda noite quando dizia as graças no jantar para que aquela guerra “horrenda” terminasse… Eu não tinha nenhuma memória de outro tipo de anseio. Por de trás do amor de minha mãe, não havia outro amor que me fizesse desejar ficar… Isso era inteiramente novo para mim. Eu não tinha nada como referência, nenhum tipo de comparação para fazer. O amor que eu sentia por Bella veio de forma pura, mas agora as águas estavam turvas. Eu queria muito ser capaz de tocá-la. Ela se sentia da mesma maneira? Isso não importava muito, eu tentei me convencer. Eu encarei minhas mãos brancas, odiando a sua dureza, a sua frieza, sua força sobre-humana… Eu pulei quando a porta do passageiro abriu. Ha. Te peguei de surpresa. Isso é novidade. O pensamento de Emmett enquanto ele escorregava para o banco. “Eu vou apostar que a Sra. Goff pensa que você está usando drogas, você tem estado muito distraído ultimamente. Onde você estava hoje?” “Eu estava… fazendo boas ações.” Huh? Eu ri. “Cuidando dos doentes, esse tipo de coisa.” Isso o confundiu mais ainda, mas então ele inalou e sentiu a essência no carro. “Oh. A garota de novo?” Eu sorri. Isso está ficando estranho. “Não me diga.” eu murmurei. Ele inalou novamente. “Hmmm, ela tem um cheiro bem agradável, não tem?” Um rosnado rompeu por meus lábios antes que as suas palavras se quer fossem registradas, uma resposta automática. “Calma, garoto, eu só estou dizendo.” Os outros chegaram então. Rosalie notou a essência imediatamente e olhou para mim, ainda não superando a sua irritação. Eu imaginava qual era o problema dela, mas tudo que eu podia ouvir eram insultos. Eu não gostei da reação de Jasper, também. Como Emmet, ele percebeu o encanto de Bella. Não que aquele odor tivesse para eles, um milésimo da força que ele tinha para mim. Eu ainda me aborrecia que o sangue dela fosse doce para eles. Jasper tinha um baixo controle… Alice pulou para ao meu lado do carro e estendeu a sua mão esperando as chaves da caminhonete de Bella. “Eu somente vi que eu ia”, ela disse - de modo obscuro, como era o seu hábito. “Você vai ter que me explicar os porquês.” “Isso não significa-” “Eu sei, eu sei. Eu vou esperar. Isso não vai demorar.” Eu suspirei e entreguei as chaves a ela. Eu a segui até a casa de Bella. A chuva estava caindo como um milhão de pequenos martelos, tão alto que talvez os ouvidos de Bella não conseguissem ouvir o trovão do motor da sua caminhonete. Eu olhei para a janela, mas ela não veio olhar. Talvez ela não estivesse lá. Não havia nenhum pensamento para ser ouvido. Me deixava triste não poder ouvir nada para poder checá-la - para ter certeza de que ela estava feliz, ou segura, pelo menos. Alice entrou atrás no carro e nós voltamos para casa. As estradas estavam vazias, e então só levou alguns minutos. Nós entramos em casa, então nós fomos parar nossos vários passatempos. Emmett e Jasper estavam no meio de um elaborado jogo de xadrez, utilizando oito tabuleiros interligados - espalhado ao longo da parede de vidro da parte de trás - e eles tinham suas próprias e complicadas regras. Eles não me deixavam jogar; somente Alice jogava alguma coisa comigo. Alice foi ao seu computador que ficava próximo deles e eu pude ouvir o seu monitor sendo ligado. Alice estava trabalhando em um design fashion para o guarda-roupa de Rosalie, mas Rosalie não a acompanhou hoje, ficando atrás dela dando palpites enquanto as mãos de Alice desenhavam sobre as telas sensíveis ao toque (Carlisle e eu tivemos que adaptar um pouco o sistema, para que a tela respondesse àquela temperatura). Ao invés disso, Rosalie se esticou no sofá e começou a passar por todos os canais durante um segundo, nunca pausando. Eu podia a ouvir tentando decidir se ela ia não até a garagem para ajustar a sua BMW novamente. Esme estava lá em cima, cantarolando enquanto obervava um novo conjunto de plantas de construção. Alice inclinou a sua cabeça para a parede um minuto e começou a movimentar os lábios com os próximos movimentos de Emmet - Emmet estava sentado no chão de costas para ela - para Jasper, que manteve sua expressão bem calma e eliminou o cavaleiro preferido de Emmett. E eu, pela primeira vez em tanto tempo que me sentia envergonhado, fui me sentar ao extraordinário piano de cauda localizado próximo da entrada. Eu corri minhas mãos pelas escadas, testando as notas. A afinação ainda estava perfeita. Lá em cima, Esme parou o que ela estava fazendo e pendeu sua cabeça para o lado. Eu comecei a primeira linha da melodia que tinha se sugerido para mim no carro hoje, satisfeito por soar melhor do que eu imaginava. Edward está tocando novamente, Esme pensou com alegria, um sorriso apareceu em seu rosto. Ela se levantou de sua mesa, e se moveu rapidamente para o início da escadaria. Eu acrescentei uma linha harmônica, deixando a melodia central fluir. Esme suspirou com contentamento, sentando no topo das escadas, e inclinando sua cabeça contra o corrimão.Uma nova música. Fazia tanto tempo. Que melodia encantadora. Eu deixei a melodia seguir em uma nova direção, seguindo a linha de base. Edward está compondo novamente? Rosalie pensou, e seus dentes trincaram com um ressentimento feroz. Nesse momento, ela escorregou e eu pude ler tudo o que ela estava escondendo. Eu vi porquê ela estava tão enraivecida comigo. Por que matar Isabella Swan não a incomodaria de qualquer forma. Com Rosalie, tudo era sobre vaidade. A música parou abruptamente, e eu ri antes que eu pudesse me segurar, um grunhido agudo de divertimento que foi interrompido rapidamente quando tapei a boca com a mão Rosalie me fulminou, seus olhos brilhando com uma fúria aflita. Emmett e Jasper se voltaram para mim, também, e eu ouvi a confusão de Esme. Esme desceu em um lampejo, parando e lançando olhares para Rosalie e eu. “Não pare, Edward,” Esme me encorajou após um momento tenso. Eu comecei a tocar novamente, virando as minhas costas para Rosalie enquanto eu tentava de forma árdua controlar o sorriso que se abria em meu rosto. Ela se colocou em pé e andou a passos largos para fora da sala, mais raivosa do que embaraçada. Mas certamente um pouco embaraçada. Se você disser qualquer coisa eu vou te caçar como um cachorro. Eu sufoquei outra risada. “O que há de errado, Rose?” Emmett chamou atrás dela. Rosalie não se voltou. Ela continuou, se dirigindo duramente para a garagem e se contorceu debaixo de seu carro como se ela pudesse se enterrar ali. “O que aconteceu?” Emmett me perguntou. “Eu não tenho a mínima idéia,” eu menti. Emmett rosnou, frustrado. “Continue tocando,” Esme ansiou. Minhas mãos haviam pausado novamente. Eu fiz o que ela pediu, então ela veio ficar em pé atrás de mim, colocando suas mãos sobre meus ombros. A música estava ganhando forma, mas incompleta. Eu brinquei um pouco com as teclas, mas isso não parecia certo de alguma forma. “É encantador. Tem um nome?” Esme perguntou. “Ainda não” “Tem uma história?” ela perguntou, um sorriso em sua voz. Isso dava a ela um prazer tão grande, e eu me senti tão culpado por ter negligenciado minha música por tanto tempo. Isso foi tão egoísta. “É… uma canção de ninar, eu acho.” Eu peguei a nota então. Isso se guiava mais fácil para o próximo movimento, dando uma história para isso. “Uma canção de ninar,” ela repetiu para ela mesma. Havia uma história para essa melodia, e uma vez que eu a vi, as partes se encaixavam sem esforço algum. A história era sobre uma garota adormecida em uma cama estreita, cabelo negro e grosso embaraçado como algas marinhas no travesseiro… Alice deixou Jasper com suas próprias artimanhas e veio se sentar perto de mim no banco. Em sua própria vibração, uma voz harmoniosa como o vento, ela traçou uma segunda voz sem letra dois oitavos abaixo da melodia. “Eu gostei,” eu murmurei “Mas que tal isso?” Eu adicionei a sua linha à harmonia - minhas mãos estavam voando através das teclas agora para juntar todas as partes - modificando um pouco, tomando uma nova direção… Ela entendeu o sentido, e cantou ao longo da música. “Sim. Perfeito,” eu disse. Esme apertou meu ombro. Mas eu podia ver o final agora, com a voz de Alice se erguendo sob o tom e levando para uma direção diferente. Eu podia ver como a música devia terminar, porque a garota adormecida estava perfeita do jeito que ela estava; qualquer mudança seria errada, uma tristeza. A música flutuou em direção a essa realização, mais devagar e mais baixa agora. A voz de Alice diminuiu também e se tornou solene, um tom que pertencia aos arcos de uma antiga catedral ilumidada por velas. Esme bagunçou o meu cabelo. Vai ficar bem, Edward. Isso vai se resolver para o melhor… você merece a felicidade, meu filho. O destino te deve isso. “Obrigado,” eu suspirei, desejando que eu pudesse acreditar nisso. O amor nem sempre vem em pacotes convenientes. Eu ri uma vez sem humor. Você, melhor do que qualquer um nesse planeta, é o mais bem equipado pra lidar com um dilema desse tipo. Você é o melhor, o mais brilhante de todos nós. Eu concordei. Toda mãe diz o mesmo pra seu filho. Esme ainda estava toda feliz que meu coração foi tocado depois de todo esse tempo, sem importar o potencial para a tragédia. Ela pensou que eu ficaria sozinho pra sempre. Ela vai ter que retribuir seu amor, ela pensou de repente, me pegando de surpresa com a direção de seus pensamentos. Se ela é uma garota esperta. Ela sorriu. Mas não consigo imaginar ninguém tão devagar para não ver o quão envolvido você está. “Pare com isso, Mamãe, você está me deixando sem graça,” eu brinquei. Suas palavras, mesmo improváveis, me animaram. Alice riu e fez um acústico de ‘Coração e Alma’. Eu concordei e completei a melodia com ela. E aí, galanteei ela com uma performance de “Chopsticks”. Ela riu, e então concordou. “Então eu gostaria que você me contasse porque você estava rindo da Rose,” Alice disse. “Mas posso ver que você não vai.” “Não.” Ela deu um peteleco na minha orelha. “Seja boazinha, Alice,” Esme repreendeu. “Edward está sendo um cavaleiro.” “Mas eu quero saber.” Eu ri do tom implorativo que ela usou. Então eu disse, “Aqui, Esme,” e comecei a tocar sua musica favorita, um tributo sem nome ao amor que eu assisti entre ela e Carlisle por tanto tempo. “Obrigado, querido.” Ela apertou meu ombro de novo. Eu não tinha que me concentrar para tocar a peça familiar. Ao invés disso, eu pensei em Rosalie, ainda rangendo os dentes de mortificação, figurativamente, na garagem, e ri pra mim mesmo. Tendo descoberto só recentemente o potencial de ciúmes por mim mesmo, eu senti um pouco de pena. Era algo infeliz de se sentir. Claro, o ciúme dela era milhares de vezes mais fútil que o meu. Assim como uma raposa no cenário da manjedoura. Me perguntei como a vida e personalidade de Rosalie teria sido diferente se ela não tivesse sido sempre a mais bonita. Ela teria sido mais feliz, se beleza não fosse sempre seu ponto forte? Menos egocêntrica? Mais compassiva? Bom, eu supus que era inútil me perguntar, porque o passado se foi, e ela sempre foi a mais bonita. Mesmo quando humana, ela sempre viveu sob a luz do holofote de sua própria doçura. Não que ela ligasse. O oposto - ela amava admiração mais que tudo no mundo. Isso não mudou com a perda de sua mortalidade. Não era surpreendente então, dada essa necessidade, que ela tenha ficado ofendida quando eu não, desde o principio, idolatrei sua beleza do jeito que ela esperava que todos os machos idolatrassem. Não que ela mequisesse, de qualquer modo - longe disso. Mas a irritou que eu não a queria, apesar disso. Ela estava acostumada com que a quisessem. Era diferente com Jasper e Carlisle - os dois já estavam apaixonados. Eu era completamente livre, e ainda assim continuei firme. Eu pensei que o antigo ressentimento tivesse sido enterrado. Que ela tivesse superado isso. E ela tinha… até o dia que eu finalmente encontrei alguém cuja beleza me tocou de um jeito que a dela não fez. Rosalie tinha se apoiado na crença que se eu não achei a beleza dela digna de idolatria, então certamente não existia beleza na terra que me alcançaria. Ela estava furiosa desde o momento que salvei a vida da Bella, adivinhando, com sua intuição feminina, o fato de que eu estava tudo, menos fora de controle. Rosalie estava mortalmente ofendida por eu ter achado uma insignificante garota humana mais bonita que ela. Eu segurei a vontade de rir de novo. Isso me incomodou um pouco, o jeito que ela via Bella. Rosalie, na verdade, achou que a garota fosse sem graça. Como ela podia acreditar nisso? Parecia incompreensível pra mim. Um produto da inveja, sem dúvida. “Oh!” Alice falou abruptamente. “Jasper, adivinhe?” Eu vi o que ela tinha visto e minhas mãos congelaram. “O que, Alice?” Jasper perguntou. “Peter e Charlotte vão nos visitar semana que vem! Eles estarão na vizinhança, isso não é legal?” “O que há de errado, Edward?” Esme perguntou, sentindo a tensão dos meus ombros. “Peter e Charlotte estão vindo pra Forks?” eu sibilei para Alice. Ela revirou os olhos pra mim. “Se acalme, Edward, não é a primeira visita deles.” Meus dentes trincaram. Era a primeira visita desde que Bella chegou, e seu sangue doce não era apelativo só pra mim. Alice fungou quando viu minha expressão. “Eles nunca caçam aqui. Você sabe disso.” Mas o quase irmão de Jasper e a pequena mulher que ele amava não eram como nós; eles ainda caçavam do jeito antigo. Eles não mereciam confiança em volta da Bella. “Quando?”, eu perguntei. Ela pressionou os lábios infeliz, mas me contou o que eu precisava saber. Segunda de manhã. Ninguém vai ferir a Bella. “Não,” eu concordei, e então me afastei dela. “Pronto, Emmett?” “Pensei que íamos partir de manhã?” “Vamos voltar por volta da meia-noite de segunda. A escolha é sua sobre a hora da partida.” “Tá, tudo bem. Deixe eu me despedir de Rose primeiro.” “Claro.” Pelo humor de Rosalie, seria uma despedida curta. Você realmente enlouqueceu, Edward, ele pensou enquanto se encaminhava para a porta dos fundos. “Suponho que sim.” “Toque a música nova pra mim, mas uma vez,” Esme pediu. “Se você quiser,” concordei, mesmo que estivesse hesitando um pouco em seguir a música até seu fim inevitável - o fim que continuava me pinicando em jeitos desconfortáveis. Pensei por um momento, e então puxei a tampa do meu bolso e coloquei no suporte de partitura vazio. Isso ajudou um pouco - minha pequena memória do sim dela. Eu grunhi pra mim mesmo e comecei a tocar. Esme e Alice se entreolharam, mas nenhuma das duas perguntou. “Ninguém nunca te disse pra não brincar com a comida?” eu chamei Emmett. “Oh, ei, Edward!” Ele gritou de volta, sorrindo e acenando para mim. O urso ficou com vantagem, aproveitando-se de sua distração, avançando com as suas garras pesadas sobre o peito de Emmett. A garra era tão afiada que rasgou sua camisa em tiras, fazendo um barulho estranho quando tocaram a sua pele. O urso urrou por culpa da intensidade do barulho. Ah, inferno. Rose que me deu essa camisa! Emmett rugiu de volta para o animal enraivecido. Eu suspirei e sentei em uma rocha conveniente. Isso provavelmente levaria algum tempo. Mas Emmet já estava quase acabando. Ele deixou o urso tentar arrancar a sua cabeça com outro golpe de garras, rindo quando este não deu certo e empurrando o urso cambaleante para o mesmo lugar de antes. O urso rosnou e Emmett rosnou de volta em meio a uma risada. Então, ele se lançou para cima do animal, que estava uma cabeça mais alto do que ele apoiado nas pernas traseiras, seus corpos caindo no chão, um sobre o outro, levando um pinheiro adulto com eles. Os rosnados do urso calaram-se com um engasgo. Alguns minutos depois Emmett dirigiu-se para o lugar onde eu estava sentado o esperando. Sua camisa estava destruída - rasgada e ensangüentada - pegajosa por culpa da seiva, e coberta de pelos. Seu cabelo curto e escuro não estava melhor. Ele tinha um sorriso largo no rosto. “Esse era um dos fortes. Eu quase consegui sentir quando ele me arranhou”. “Você é igual criança, Emmett”. Ele olhou a minha camisa branca lisa e limpa. “Então, você não conseguiu derrubar o leão da montanha?”. “Claro que consegui. Eu apenas não caço como um selvagem”. Emmett soltou uma gargalhada estrondosa. “Eu desejava que ele fosse forte, aí teria mais diversão”. “Ninguém diz que você tem que lutar pela sua comida”. “É, mas com quem mais eu iria lutar, hein? Você e a Alice trapaceiam, Rosalie nunca quer desarrumar o cabelo e Esme fica brava se eu e Jasper lutamos pra valer”. “A vida é difícil, não é?” Emmett sorriu para mim, movendo-se em uma posição para desafiar e atacar. “Vamos, Edward. Apenas desligue isso por um minuto e vamos lutar justamente”. “Não dá pra desligar”. Eu o lembrei. “Fico pensando, o que aquela garota humana faz para te deixar de fora?” Emmett meditou. “Talvez ela possa me dar umas dicas”. O meu bom humor vacilou. “Fique longe dela!” Eu rosnei entre meus dentes. “Sensível. Sensível”. Eu suspirei. Emmett veio e sentou-se ao meu lado na rocha. “Desculpe. Eu sei que você está passando por uma coisa difícil. E eu estou tentando não ser muito um insensível idiota, mas, sempre foi o meu status natural..”. Ele esperou eu rir da sua piada, e então sua expressão mudou. Tão sério o tempo todo. O que está te atormentando agora? “Estou pensando nela. Bom, estou preocupado, na realidade”. “Com o que você tem de se preocupar? Você está aqui”. Ele riu sonoramente. Eu ignorei a brincadeira novamente, mas respondi a pergunta. “Você nunca pensou em quanto eles são frágeis? Quantas coisas ruins podem acontecer a um mortal?”.
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Equipe FT