Capitulo 9.1-Port Angeles
Estava muito claro pra eu dirigir pelo centro quando eu cheguei à Port Angeles; o sol ainda estava muito elevado, e apesar de que os meus vidros eram fumês, não havia nenhum motivo para tomar riscos desnecessários. Maisriscos desnecessários, eu diria. Eu estava certo de que eu acharia os pensamentos de Jessica longe - os pensamentos de Jessica eram mais altos que os de Angela, mas quando eu achasse o primeiro (pensamento), eu conseguiria ouvir o segundo. Então, quando as sombras se encompridavam, eu poderia chegar mais perto. Por hora, eu saí da estrada e fui para uma gramada garagem que ficava fora da cidade que parecia não ser utilizada. Eu sabia o lugar para procurar - apenas havia só um lugar para a compra de vestidos em Port Angeles. Não muito antes, eu achei Jessica, se olhando na frente de um espelho de três lados, e eu conseguia ver Bella em sua visão periférica, aprovando o longo vestido preto que ela usava. Bella ainda parece zangada. Ha ha. Angela estava certa - Tyler estava se achando. Apesar de que eu não acredito que ela está tão chateada sobre isso. Pelo menos ela sabe que ela tem um acompanhante reserva para o baile. E se Mike não tiver se divertindo no baile, e ele não me convide para sair de novo? E se ele convidar a Bella para o baile? Será que ela teria convidado o Mike para o baile se eu não tivesse dito nada? Será que ele acha que ela é mais bonita que eu? “Eu acho que eu gosto mais do azul. Ele realça os seus olhos.” Jessica sorriu para Bella com falso entusiasmo, enquanto a olhava com suspeita. Será que ela acha isso mesmo? Ou ela quer que eu pareça como uma vaca no Sábado? Eu já estava cansado de ficar ouvindo Jessica. Eu procurei por Angela - ah, mas Angela estava no processo de provar os vestidos, e eu saí rapidamente da sua cabeça para dá-la mais privacidade. Bem, não havia muitos problemas que Bella poderia se meter numa loja de departamentos. Eu as deixaria comprando e depois as alcançaria quando tivessem acabado. Não faltaria muito para anoitecer, as nuvens estavam começando a voltar, sendo levadas para o oeste. Eu somente poderia pegar reflexos delas através das grandes árvores, mas eu podia ver como elas apressavam o pôr-do-sol. Eu as recebi, desejando-as mais do que eu jamais havia antes desejado por suas sombras. Amanhã eu poderia me sentar ao lado de Bella na escola de novo, exigindo sua atenção no almoço novamente. Eu poderia perguntar pra ela todas as coisas que eu havia guardado… Então, ela estava furiosa com a presunção de Tyler. Eu vi aquilo na mente dele - que ele havia falado sério quando falou sobre o baile, que ele estava confirmando. Eu lembrei da expressão dela daquela outra tarde - a escandalizada descrença - e eu ri. Me perguntei o que ela diria pra ele sobre isso. Eu não gostaria de perder a reação dela. O tempo passou devagar enquanto eu esperava pelas sombras se alongarem. Eu checava com freqüência a Jessica; a sua voz mental era a mais fácil de ser achar, mas eu não gostava de me demorar lá dentro por muito tempo. Eu vi o lugar que elas estavam planejando para comer. Estaria escuro na hora do jantar… talvez eu coincidentemente escolheria o mesmo restaurante. Peguei o celular do meu bolso, pensando em convidar Alice para comer fora… Ela adoraria isso, mas ela também iria querer falar com Bella. Eu não tinha certeza se eu estava pronto para envolver mais a Bella em meu mundo. Um vampiro não era problema suficiente? E chequei a mente de Jessica de novo. Ela estava pensando sobre suas jóias, perguntando a opinião de Angela. “Talvez eu deva devolver o colar. Eu tenho um em casa que deveria servir, e eu gastei mais do que eu deveria…” Minha mãe vai enlouquecer. No que eu estava pensando? “Eu não me importo em voltar para a loja. Mas, você não acha que a Bella vai estar procurando por nós? O que era isso? Bella não estava com elas? Eu fitei os olhos de Jessica primeiro, e depois troquei para Angela. Elas estavam na calçada em frente de umas lojas, já mudando de direção. Bella não estava em nenhum lugar em vista. Oh, quem se importa com a Bella? Jess pensou, impacientemente, antes de responder a pergunta de Angela.“Ela está bem. Nós chegaremos no restaurante a tempo, mesmo se nós voltarmos (para a loja). De qualquer forma, eu acho que ela queria estar sozinha.” Eu peguei um breve vislumbre da livraria que Jessica achava que a Bella teria ido. “Vamos nos apressar, então,” Angela disse. Espero que Bella não ache que nós a abandonamos. Antes, no carro, ela foi tão boa comigo… Ela é mesmo uma pessoa muito gentil. Mas ela parecia meio triste o dia inteiro. Pergunto-me se era por causa do Edward Cullen? Aposto que era por isso que ela estava perguntando sobre a família dele… Eu deveria ter prestado mais atenção. O que eu teria perdido lá? Bella estava andando sozinha, e ela tinha perguntado por mim antes? Angela estava prestando atenção à Jessica agora - Jessica estava tagarelando sobre aquele idiota do Mike - e eu não podia arrancar mais nada dela. Eu julguei as sombras. O sol estaria atrás das nuvens logo o suficiente. Se eu ficasse no lado oeste da estrada, onde os prédios estariam escurecendo a rua da luz fraca… Eu comecei a me sentir impaciente enquanto eu dirigia pelo pouco engarrafamento pro centro da cidade. Isso não era algo em que eu havia considerado - Bella andando sozinha - e eu não tinha a mínima idéia de como achá-la. Eu deveria ter considerado isso. Bella estava sempre fazendo a coisa errada. Eu conhecia bem Port Angeles; eu dirigi diretamente para a livraria da mente de Jessica, esperando que a minha busca fosse curta, mas duvidando que fosse fácil. Quando que Bella facilitava as coisas? Sem dúvida, a pequena loja estava vazia, exceto por uma mulher vestida de maneira antiquada atrás do balcão. Esse não parecia com o tipo de lugar que Bella estaria interessada - muito new age para uma pessoa prática. Eu me pergunto se ela ao menos se incomodou a entrar? Havia um lugar com sombra que eu poderia estacionar… Fazia um caminho escuro para a loja. Eu realmente não deveria. Andando por aí nas horas do dia não era seguro. E se um carro que passasse refletisse a luz do sol para a sombra justamente na hora errada? Mas eu não sabia outro jeito de procurar pela Bella! Eu estacionei e saí, me mantendo no canto mais fundo da sombra. Caminhei rapidamente para a loja, percebendo o fraco rastro do cheiro da Bella no ar. Ela esteve aqui, na calçada, mas não havia nenhuma pista de sua fragrância dentro da loja. “Bem vindo! Poderia te ajudar - ” a vendedora começou a dizer, mas eu já estava do lado de fora da porta. Eu seguiria o cheiro da Bella até aonde a sombra permitiria, parando quando eu chegasse na beira da luz do sol. Quão impotente que isso me fez sentir - cercado pela linha entre a escuridão e a luz que se estendia até a calçada na frente minha frente. Tão limitado. Eu só podia adivinhar que ela continuou pela rua, indo para o sul. Não havia muito seguindo aquela direção. Ela estava perdida? Bom, essa possibilidade parecia exatamente como o caráter dela. Eu voltei para o carro e dirigi devagar pelas ruas, procurando por ela. Eu saí para alguns outros caminhos com sombras, mas eu só senti o seu cheiro mais uma vez, e o rumo disso me confundiu. Onde ela estava tentando ir? Dirigi de volta e adiante entre a loja e o restaurante algumas vezes, esperando ver ela em seu caminho. Jessica e Angela já estavam lá, tentando decidir se pediam (a janta), ou se esperavam pela Bella. Jessica já estava pensando em pedir imediatamente. Eu comecei a passar rapidamente pela mente de estranhos, olhando através de seus olhos. Com certeza alguém deve ter visto ela em algum lugar. Mais tempo que ela ficava perdida, mais eu ficava impaciente. Eu não tinha considerado antes quão difícil que era pra achá-la, como agora, ela estava fora de minha vista e fora de seus caminhos normais. Eu não gostava disso. As nuvens estavam se acumulando no horizonte, e, em alguns poucos minutos, eu estaria livre para localizá-la a pé. Então não me levaria muito tempo. Era somente o sol que me fazia tão paralisado agora. Apenas mais alguns minutos, e então a vantagem seria minha novamente e o mundo humano que seria impotente. Outra mente, e mais outra. Tantos pensamentos banais. …acho que o bebê tem outra infecção no ouvido… Era 18:40 ou 18:04…? Atrasado de novo. Eu devia contar pra ele… Aqui ela vem! Aha! Ali, finalmente, estava o rosto dela. Finalmente, alguém tinha reparado nela! Aquele alívio só durou por uma fração de segundo, e então eu li mais os pensamentos do homem que estava olhando para o rosto dela fixamente nas sombras. A mente dele era a de um estranho para mim, e mesmo assim, completamente familiar. Eu já havia caçado exatamente tal mente. “NÃO!” Eu rugi, e um nó apertou a minha garganta. Meu pé afundou no acelerador, mas pra onde eu estava indo? Eu sabia mais ou menos o rumo dos seus pensamentos, mas isso não era específico o suficiente. Alguma coisa, deveria haver alguma coisa - uma placa de rua, a frente de uma loja, alguma coisa na sua vista que entregaria a sua localização. Mas Bella estava bem na escuridão, e os olhos dele estavam focados somente na expressão apavorada dela - saboreando o medo lá. O rosto dela estava nublado na mente dele pela memória de outros rostos. Bella não era a sua primeira vítima. O som dos meus rosnados tremeu a estrutura do carro, mas não me distraíram. Não havia janelas na parede atrás dela. Algum lugar industrial, longe da região de compras que era mais povoada. Meu carro derrapou na esquina, desviando de um outro veículo, indo na direção que eu esperava ser o caminho certo. Enquanto o outro carro buzinava, o som já estava bem atrás de mim. Olha como ela ta tremendo! O homem riu em expectativa. O medo era a atração para ele - a parte que ele adorava. “Fique longe de mim.” A voz dela era baixa e firme, não como um grito. “Não seja assim, docinho.” Ele viu ela hesitar quando uma rude risada veio de uma outra direção. Ele estava irritado com o barulho - Cale a boca, Jeff! Ele pensou - mas gostou do modo como ela se encolheu de medo. Excitava ele. Ele começou a imaginar a suplicação, o modo como ela imploraria… Eu não tinha percebido que havia outros com ele até que eu ouvi aquela alta risada. Eu procurei nele, desesperado por alguma coisa que eu pudesse usar. Ele estava dando o primeiro passo na direção dela, movimentando suas mãos. As mentes perto dele não eram o lixo que ele era. Eles estavam um pouco embriagados, nenhum deles percebendo quão longe o homem que eles chamava de Lonnie planejava seguir com isso. Eles estavam seguindo Lonnie cegamente. Ele tinha prometido pra eles um pouco de divertimento… Um deles olhou para a rua, nervoso - ele não queria ser pego assediando a garota - e me deu o que eu precisava. Eu reconheci a rua que ele encarou. Eu passei por um sinal vermelho, correndo através de um espaço amplo apenas o suficiente entre dois carros no engarrafamento. Buzinas fazendo barulho atrás de mim. Meu celular vibrou no meu bolso. Eu ignorei. Lonnie se movia devagar para a garota, atraindo o suspense - o momento do terror que excitava ele. Ele esperou pelo grito dela, se preparando para saboreá-lo. Mas Bella trancou sua mandíbula, e se abraçou. Ele estava surpreso - ele esperava que ela tentasse fugir. Surpreso e levemente desapontado. Ele gostava de perseguir a sua presa, a adrenalina da caçada. Corajosa, essa. Talvez melhor, eu acho… mais luta nela. Eu estava a um quarteirão de distância. O monstro poderia escutar o rugido do meu motor agora, mas ele não deu atenção, bem atento em sua vítima. Eu veria como ele se divertia na caçada quando ele seria a presa. Eu veria o que ele pensava do meu estilo de caçar. Em outra parte da minha cabeça, eu já estava escolhendo os tipos de torturas que eu havia presenciado nos meus tempos de vigilante, procurando pela tortura mais dolorosa. Ele sofreria por isso. Ele iria se contorcer em agonia. Os outros iriam meramente morrer por suas participações nisso, mas o monstro chamado Lonnie imploraria pela morte bem antes de eu ceder pra ele esse presente. Ele estava atravessando a rua, na direção dela. Eu virei a esquina, rapidamente, meus faróis clareando a cena e paralisando eles no lugar. Eu poderia ter atropelado o líder, que saiu do caminho, mas essa era uma morte muito fácil para ele. Eu deixei o carro deslizar, virando pra que ficasse de frente pro caminho que eu cheguei e a porta do carro ficasse perto de Bella. Eu abri a porta, e ela já estava correndo para o carro. “Entre,” Eu resmunguei. Que diabos? Sabia que isso era uma péssima idéia! Ela não está sozinha. Eu deveria correr? Acho que vou vomitar… Bella saltou para a porta aberta sem hesitar, puxando e fechando a porta atrás dela. E então ela me olhou com uma expressão de verdadeira confiança que eu nunca havia visto num rosto humano, e todos os meus violentos planos desmoronaram. Levou-me muito menos de um segundo para eu ver que eu não poderia deixá-la no carro para lidar com os quatro homens na rua. O que eu diria à ela, para não olhar? Ha! Quando que ela faz sempre o que eu peço? Quando que ela sempre faz a coisa segura? Eu iria arrastá-los para longe, pra fora da visão dela, e deixá-la sozinha aqui? Eram poucas as chances que outro humano perigoso estaria rondando as ruas de Port Angeles esta noite, as chances eram poucas como essa era até o primeiro! Como um imã, ela atrai todas as coisas perigosas para ela mesma. Eu não poderia deixá-la fora de vista. Seria como parte do mesmo movimento para ela quando eu acelerei, tirando ela dos seus perseguidores tão rapidamente que eles ficaram boquiabertos atrás do meu carro com expressões incompreensíveis. Ela não perceberia meu instante de hesitação. Ela presumiria que o plano era escapar desde o começo. Eu nem conseguiria bater nele com o meu carro. Aquilo iria assustar ela. Eu queria a morte dele tão brutalmente que a necessidade por isso chiou nos meus ouvidos e nublou a minha visão e era um sabor na minha língua. Meus músculos estavam amontoados com a urgência, o desejo, a necessidade por isso. Eu tinha que matá-lo. Eu iria descascá-lo aos poucos lentamente, pedaço por pedaço, pele do músculo, músculo de osso… Exceto que a garota - a única garota no mundo - estava agarrada no seu banco com as duas mãos, me encarando, seus olhos ainda muito abertos e totalmente confiando em mim. A vingança teria que esperar. “Bote o seu cinto,” Eu mandei. Minha voz foi áspera por causa do ódio e da sede de sangue. Não a comum sede de sangue. Eu não me sujaria ao ponto de pegar qualquer parte daquele homem pra dentro de mim. Ela botou o cinto de segurança no lugar, se sobressaltando levemente com o som feito. Aquele pequeno som fez ela se sobressaltar, mesmo que ela não tenha demonstrado medo quando eu rasguei pela cidade, ignorando todos os sinais de trânsito. Eu poderia sentir seus olhos em mim. Ela parecia estranhamente relaxada. Não faz sentido - não com o que ela acabou de passar. “Você está bem?” ela perguntou, sua voz áspera por causa do estresse e do medo. Ela queria saber se eu estava bem? Eu pensei por uma fração de segundo na pergunta dela. Não muito para que ela notasse a minha hesitação. Euestava bem? “Não,” eu percebi, e o meu tom ferveu com a raiva. Eu a levei pelo mesmo caminho que eu passei esta tarde, ocupado na mais pobre vigilância que já existiu. Estava escuro agora, embaixo das árvores. Eu estava tão furioso que o meu corpo paralisou no lugar, totalmente imóvel. Minhas mãos frias que estavam fechadas desejavam esmagar o agressor dela, pulverizar ele em pedaços tão mutilados que o seu corpo nunca poderia ser identificado… Mas isso exigiria deixá-la aqui sozinha, desprotegida na noite escura. “Bella?” Eu perguntei entre os dentes. “Sim?” Ela respondeu roucamente. Ela limpou a garganta. “Você está bem?” Aquilo era mesmo a coisa mais importante, a primeira prioridade. Castigo era secundário. Eusabia disso, mas o meu corpo estava tão cheio de raiva que era difícil pensar. “Sim.” A voz dela ainda estava grossa - com medo, sem dúvida. E então eu não poderia deixá-la. Mesmo que ela não esteja em risco constante por alguma razão irritante - alguma piada que o universo estava pregando em mim - mesmo se eu tivesse certeza que ela estaria perfeitamente segura em minha ausência, eu não poderia deixá-la sozinha no escuro. Ela deve estar tão assustada. E mesmo assim eu não tinha condições de consolá-la - mesmo se eu soubesse exatamente como seria consolá-la, que eu não sabia. Com certeza ela conseguia sentir a brutalidade radiando em mim, com certeza seria aquele o motivo óbvio. Eu iria assustá-la ainda mais se eu não acalmasse o desejo de massacre fervendo dentro de mim. Eu precisava pensar em alguma outra coisa. “Me distraia, por favor,” eu implorei. “Desculpe-me, o que?” Eu mal tinha controle suficiente para tentar explicar do que eu precisava. “Apenas fale sobre algo sem importância até eu me acalmar,” eu instruí, minha mandíbula ainda trancada. Só o fato de que ela precisava de mim me segurava dentro do carro. Eu podia ouvir os pensamentos do homem, seu desapontamento e sua raiva… Eu sabia onde achá-lo… Fechei os meus olhos, desejando que eu não pudesse vê-lo de qualquer forma… “Um…” ela hesitou - tentando achar um sentido para o meu pedido, eu imaginei. “Eu irei atropelar Tyler Crowley amanhã na frente da escola?” Ela disse isso como se fosse uma pergunta. Sim - era isso que eu precisava. É claro que Bella apareceria com algo inesperado. Como antes, a ameaça de violência vindo de seus lábios era hilária - tão cômica que era estridente. Se eu não estivesse queimando com o desejo de matar, eu teria rido. “Por quê?” eu gritei, para forçá-la a falar novamente. “Ele está contando para todo mundo que me levará para o baile,” ela disse, sua voz cheia com o seu escândalo de gata selvagem. “Ou ele está louco ou ele ainda está tentando se desculpar por quase ter me matado na última… bem, você lembra disso,” ela completou com indiferença, “e ele acha que o baile é de alguma maneira o melhor jeito de corrigir isso. Então eu pensei que se eu pusesse em perigo a sua vida, então nós estaremos quites, e ele não vai poder tentar corrigir. Eu não preciso de inimigos e talvez Lauren desistisse se ele me deixasse em paz. Apesar que eu teria que destruir totalmente o seu Sentra,” ela continuou, pensativa agora. “Se ele não tiver um veículo ele não pode levar ninguém pro baile…” Era animador ver que às vezes ela entende as coisas erradas. A persistência de Tyler não tem nada haver com o acidente. Ela não parece entender a atração que ela causa garotos humanos da escola. Ela não via a atração que eu tinha por ela também? Ah, estava funcionando. O processo confuso da mente dela sempre foi chamativo. Eu estava começando a ganhar controle de mim mesmo, a ver alguma coisa além da vingança e da tortura… “Eu soube disso,” eu disse pra ela. Ela tinha parado de falar, e eu precisava que ela continuasse. “Você soube?” ela perguntou duvidosamente. E então a sua voz estava mais zangada do que antes. “Se ele ficar paralisado do pescoço pra baixo, ele não pode ir pro baile também.” Eu desejei que houvesse alguma maneira que eu pudesse perguntá-la para continuar com as ameaças de morte e dano corporal sem parecer loucura. Ela não poderia ter escolhido uma maneira melhor para me acalmar. E suas palavras - apenas sarcasmo no seu caso, exagero - eram um lembrete do que eu mais precisava neste momento. Eu suspirei, e abri meus olhos. “Melhor?” Ela perguntou timidamente. “Não realmente.” Não, eu estava mais calmo, mas não melhor. Porque eu acabei de perceber que eu não poderia matar o monstro chamado Lonnie, e eu ainda queria isso quase mais do que outra coisa no mundo. Quase. A única coisa neste instante que eu queria mais do que um grande justificável assassinato, era esta garota. E, apesar de que eu não poderia tê-la, apenas o sonho de tê-la, se fez impossível para eu ir numa divertida matança essa noite - não importa o quanto defensível tal coisa poderia ser. Bella merecia mais do que um assassino. Eu passei sete décadas tentando ser alguma coisa além daquilo - qualquer coisa além de um assassino. Aqueles anos de esforço nunca poderiam me fazer digno da garota sentada ao meu lado. E mesmo assim, eu senti que se eu voltasse para aquela vida - a vida de um assassino - por apenas uma noite, eu certamente poria ela fora de meu alcance para sempre. Mesmo se eu não tomasse o sangue deles - mesmo se eu não tivesse a evidência brilhando vermelho em meus olhos - ela não sentiria a diferença? Eu estava tentando ser bom o suficiente pra ela. Era um objetivo impossível. Eu continuaria tentando. “O que há de errado?” Ela sussurrou. Seu hálito encheu o meu nariz, e eu fui lembrado porque eu não merecia ela. Depois de tudo isso, mesmo com o muito que eu amava ela… ela ainda me dava água na boca. Eu daria pra ela tanto honestidade quanto eu podia. Eu devo isso a ela. “Às vezes eu tenho um problema com o meu temperamento, Bella”. Eu encarei a escura noite lá fora, desejando que ela escutasse o horror interno de minhas palavras e também que ela não escutasse. Principalmente que ela não escutasse. Corra, Bella, corra. Fique, Bella, fique. “Mas não seria ajuda alguma pra mim se eu me virasse e caçasse esses…” Apenas pensando nisso, quase me tirou de dentro do meu carro. Eu respirei fundo, deixando o cheiro dela queimar a minha garganta. “Pelo menos, é o que eu estou tentando convencer a mim mesmo.” “Oh.” Ela não disse mais nada. Quanto que ela tinha ouvido das minhas palavras? Eu olhei pra ela pelo canto do olho, mas o seu rosto estava ilegível. Branco com o choque, talvez. Bem, ela não estava gritando. Ainda não. Estava silencioso por um momento. Eu lutei comigo mesmo, tentando ser o que deveria ser. O que eu não poderia ser. “Jessica e Angela devem estar preocupadas,” ela disse calmamente. Sua voz estava bem calma, e eu não estava certo como poderia ser aquilo. Ela estava em choque? Talvez os eventos de hoje a noite ainda não tinham entrado em sua cabeça. “Era pra eu ter me encontrado com elas.” Ela queria ficar longe de mim? Ou ela só estava preocupada com a preocupação das suas amigas? Eu não respondi a ela, mas eu liguei o carro e levei-a de volta. Com o passo que eu chegava mais perto da cidade, mais difícil ficava me segurar no meu objetivo. Eu estava tão perto dele… Se fosse possível - se eu nunca pudesse ter ou merecer essa garota - então onde estava o sentido de deixar esse homem não punido? Com certeza que eu poderia me permitir tanto… Não. Eu não estava desistindo. Não ainda. Eu a queria muito para me render agora. Nós estávamos no restaurante aonde era pra ela ter se encontrado com as suas amigas, antes mesmo de eu ter começado a racionalizar sobre os meus pensamentos. Jessica e Angela estavam acabando de comer, e ambas agora realmente se preocupavam com a Bella. Elas estavam indo procurar por ela, saindo para a rua escura. Não era uma boa noite para elas saírem por aí vagando. “Como você soube onde…?” A pergunta inacabada de Bella me interrompeu, e eu percebi que eu tinha cometido outro deslize. Eu estava muito distraído lembrando-me de perguntá-la onde ela deveria ter encontrado suas amigas. Mas, ao invés de acabar a investigação e chegando ao ponto, Bella apenas balançou a cabeça e deu um meio sorriso. O que aquilo significava? Bem, eu não tinha tempo de decifrar sua estranha aceitação de minha estranha inteligência. Eu abri a minha porta. “O que você está fazendo?” Ela perguntou, parecendo assustada. Não deixando você sair da minha vista. Não me permitindo de ficar sozinho essa noite. Nessa ordem. “Estou te levando para jantar.” Bem, isso deveria ser interessante. Parecia completamente mais como uma outra noite quando eu imaginei trazer Alice e pretendendo escolher o mesmo restaurante que Bella e as suas amigas como se fosse acidente. E agora, aqui estava eu, praticamente num encontro com a garota. Somente não contava, porque eu não estava dando a ela uma chance de dizer não. Ela já tinha metade da sua porta aberta antes que eu desse a volta pelo carro - geralmente não era tão frustrante ter que se mover numa discreta velocidade - ao invés de esperar que eu abra pra ela. Isso era porque ela não estava costumada a ser tratada como uma dama, ou porque ela não pensava em mim como sendo um cavalheiro? Eu esperei por ela, ficando mais inquieto enquanto as suas amigas continuavam indo para uma esquina escura. “Vá parar Jessica e Angela antes que eu tenha que localizá-las também,” eu pedi rapidamente. “Eu não acho que poderia me reter se eu me encontrasse com os teus outros amigos de novo.” Não, eu não seria forte o suficiente para aquilo. Ela estremeceu, e então rapidamente se recompôs. Ela deu meio passo atrás delas, chamando, “Jess, Angela!” em voz alta. Elas se viraram, e ela acenou com a mão para chamar a atenção delas. Bella! Oh, ela está a salvo! Angela pensou em alívio.
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Equipe FT